Eu fui assistir o filme “O pior vizinho do mundo” (A Man Called Otto) esperando uma comédia leve e despretensiosa. Afinal, o trailer me enganou direitinho com aquele jeitão engraçado do Tom Hanks interpretando Otto, um vizinho ranzinza. E sinceramente, eu já estava preparada para dar apenas risadas e me levantar do sofá leve… mas não foi bem assim.
Vou te dizer uma coisa: terminei o filme desidratada de tanto chorar. Aquele nível que a água dos olhos seca, sabe? Só quem viveu, sabe! rsrs
O Otto
Confesso que no começo, Otto (personagem do Tom Hanks) pareceu só mais um daqueles vizinhos chatos que todo mundo já teve ou vai ter um dia. Aquele tipo que acha que está certo sobre tudo, do jeito que você estaciona o carro até como você corta a grama? Pois é, esse era o Otto. Mas conforme o filme se desenrola, você percebe que por trás de toda a rabugice, existe um passado que vai ensinar muita coisa pra gente.
A Marisol
A leveza do filme começa quando Marisol (Mariana Treviño), uma jovem mãe cheia de vida e de uma paciência sem fim, se muda para a vizinhança e começa a quebrar as barreiras emocionais do Otto.
Isso torna o enredo tão interessante, porque traz uma quebra de expectativa quanto a parte cômica, e nos lembra que ninguém é só o que aparenta. Afinal, quem nunca conheceu alguém que, por trás da casca dura, escondia uma história cheia de feridas, ou alguém que se mostrava um doce de ser humano só para esconder intenções sombrias?
E assim como na vida real, um pequeno gesto de bondade, ou aquela conversa no portão, pode ser o fio que começa a tecer uma nova e bonita amizade. E é aí que entra o choro.
Não foi apenas o que o Otto passou, mas as pequenas conexões que ele vai fazendo ao longo do filme me fizeram refletir em como, às vezes, a gente se isola na nossa própria dor e esquece de olhar ao redor. E as pessoas ao nosso redor? Quantas vezes deixamos de criar laços, de ajudar ou ser ajudados, por estarmos tão envolvidos nas nossas próprias angústias? O filme me pegou nessa reflexão de que, mesmo quando parece que nada mais faz sentido, uma nova amizade, uma nova troca de experiências pode mudar tudo.
Feridas internas
O filme não tem firulas, não promete reviravoltas, apenas um enredo leve, profundo e comovente (na mesma medida) que vai te levando de uma forma tão humana que você se vê amando e torcendo para que o “rabugento” do Otto volte a sinta a vida pulsar. E, sinceramente, quem nunca foi meio “Otto” em algum momento? Guardando rancores, mantendo as pessoas à distância e, no fundo, só precisando de um empurrãozinho para relembrar que a vida, mesmo com suas dores, ainda tem tanto para oferecer?
Conexões
No final das contas, O pior vizinho do mundo é sobre como as conexões humanas são o verdadeiro remédio para as nossas feridas internas. V
Você vai rir em muitos momentos, mas em outros, as lágrimas virão também – te prometo.
O filme é uma jornada de redenção, daquelas que te lembram que nunca é tarde para se reconectar, para se perdoar e, principalmente, para viver. Porque, no fim, é isso que nos torna humanos: nossas histórias, nossos laços e as formas sentimos o mundo e como escolhemos construir (ou reconstruir) nossas vidas, mesmo quando tudo parece dar errado.
Então, se você estava querendo a dica um filme maravilhoso e que vai te deixar com o coração quentinho (ainda que com os olhos inchados), “O pior vizinho do mundo é uma escolha certeira.