Entre polos, dançamos na vida.

Na tessitura fina de um princípio antigo,
Onde opostos se encontram, se tocam. E verdades são apenas meias-verdades.

Onde opostos se encontram, se tocam.
E verdades são apenas meias-verdades.

Recebo a notícia de um primo que chega à vida.
A felicidade brota, radiante e precisa.
Mas, no mesmo fôlego, a sombra se aproxima.
Um tio que nos deixa, a morte o leva e nem nos avisa.

No trabalho, elogios florescem.
Minha sensibilidade exaltada e querida.
Mas, logo em seguida, a crítica ressoa.
Não tenho dado prioridade para certas clientes preferidas.

À noite, enquanto aguardo meu carro de app, um senhor elogia meu cabelo, solto ao vento.
Mas a motorista argumenta, dizendo que o curto me traria um alívio imenso.

Nas notícias, crises e preocupações, lojas físicas em declínio.
Mas as lojas online em estrondosa ascensão.

A polaridade pulsa, em cada instante.
A magia da contradição dança em um balanço constante.

Vivemos nos extremos de cada ação.
De um lado a alegria e a tristeza.
Do outro, a luz e a escuridão.

Na harmonia dos opostos, buscamos sentido nas polaridades!
E nesse ensaio da procura, é onde descobrimos que somos feitos de dualidade.


A harmonia das polaridades

Comecei o artigo de hoje com um poema (que disruptivo, né? rs). Na verdade, não me lembro de ver matérias que começam com poesia antes de abordar o tema principal, então achei que seria legal ser ousada (espero ter sido).

Mas, vamos lá! Existe um princípio hermético referente à polaridade, que diz: “Tudo é duplo; tudo tem polos; tudo tem seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em graus; extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados.”

Li isso outro dia e fiquei pensando em como esse princípio se aplica ao nosso cotidiano, sem me aprofundar na abordagem espiritual e evolutiva. Percebi que vivemos os polos de todas as situações e nem nos damos conta.

Por exemplo, se de um lado eu acabo de receber a notícia de que um primo nasceu e chegou na família trazendo enorme felicidade, do outro lado, teve um tio que faleceu aos setenta e oito.

No mesmo dia, depois do almoço no meu trabalho, um dos diretores elogia um dos meus projetos e fala o quanto admira minha sensibilidade para roteiros humanizados com poder de vendas. Entretanto, o gerente reclama que não dou a devida atenção para um grupo de clientes consideradas especiais.

À noite, enquanto esperava a motorista de aplicativo, um velho senhor passa com seu cão na coleira e elogia meu cabelo solto e comprido. O mesmo cabelo que a motorista do questiona se não me causava calor demais, argumentando que um cabelo curto teria muito mais vantagens.

Em casa, ao conferir as notícias do dia, fico sabendo da crise nas lojas físicas de varejo, com as ações de empresas físicas no chão. Por outro lado, os e-commerces deslancham e suas ações estão nas alturas.

A Harmonia dos Extremos

Toda essa sequencia de acontecimentos diários pareciam confirmar a veracidade daquele principio que li, sem saber muito, mas que me convenceu do quão é real. A polaridade está presente em todos os aspectos da nossa vida. Em cada situação, encontramos um espelho de nós mesmos, refletindo nossa capacidade de adaptação e resiliência.

Reconhecer e aceitar essa dualidade nos permite viver de forma mais plena e consciente, abraçando cada momento como uma peça essencial do quebra-cabeça da existência. Afinal, somos uma teia intrincada de opostos, e é na harmonia dessas polaridades que encontramos o verdadeiro sentido da vida. Em qual delas você se encontra hoje?

Leia também:

Cuidado. Mantenha a distância!

Depois do ChatGPT, ninguém mais lê Blog! Por que você está lendo este?

Vem na pegada do bambu – Isso não é o que você está pensando

Entre guerras e profecias: O medo do fim do mundo

By Fernandha Franklin

Sou Fernandha. Comecei a gostar de escrever quando percebi que as palavras eram como peças de Lego, que podia encaixar como quisesse, criando coisas incríveis e interpretáveis de várias formas. Amava escrever até começar a trabalhar com isso, rsrs. Atualmente, sou redatora publicitária e, embora ame minha profissão, ela é a responsável por eu estar cansada demais para escrever por prazer. Sou um ser estranho no mundo e adoro isso; observo demais, sinto demais e, quando estou disposta, ignoro tudo com a mesma intensidade. Meu passatempo preferido é observar formigas e imaginar que a vida delas é idêntica à nossa, porém em miniatura, e que em algum lugar acima de nós existem seres gigantes fazendo maldade conosco, assim como os humanos fazem com elas. Eu disse que era estranha e amo isso; a estranheza de ser eu e as várias de mim é minha maior conquista. Trabalho arduamente para evoluir minhas loucuras e tenho sido bem-sucedida nisso, até o momento. (P.S: Eu tenho um senso de humor sofisticado ou duvidoso, depende)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *